quinta-feira, 2 de abril de 2009

TINHA UMA ÁRVORE NO MEIO DO CAMINHO

Na época eu trabalhava na Escola Politécnica da UFRJ e tinha acabado de ter meu segundo filho: André. Eu ainda estava amamentando e por isso meu horário de trabalho estava mais curto. Saía do Fundão por volta das 17:00. Peguei o Uno bege e o caminho de casa. Eu estava bem. Nada de hipo. Confesso que naquele tempo eu não fazia o controle da glicemia tantas vezes, como venho fazendo hoje. Eu estava já na Linha Amarela quando comecei a ter visão dupla, passei a dirigir fechando um dos olhos e pensei:

- É melhor eu parar em algum lugar.

Ao mesmo tempo em que tive esta idéia brilhante, eu não conseguia parar o carro tamanha era a vontade de chegar em casa. Já desorientada, mas ainda capaz de dirigir, peguei uma saída errada e entrei direto no estacionamento do Wall Mart.

Pronto! Todos podem estar pensando que o problema estava resolvido. Bastava que eu estacionasse, saísse do carro e bebesse uma coca normal. Mas não foi o que aconteceu...

A hipoglicemia distorce os pensamentos e acabamos fazendo coisas sem sentido. Entrei e saí do estacionamento sem nem devolver o cartão que me deram logo na entrada e peguei novamento o caminho de casa. Não devia estar tão mal pois continuava tentando chegar pra amamentar meu filho, quase por instinto, pois já não pensava em nada. Passei por vários quebra-molas sem nenhum cuidado. No final da avenida, quando eu deveria dobrar à direita, eu não consegui pisar no freio para fazer a curva. Resultado: subi no meio fio e bati numa árvore.

Lembro de acordar assustada depois da batida e felizmente não sofri nenhum ferimento grave. Um pouco de dor no ombro, nos joelhos e só. Pessoas da rua me tiraram do carro e me deram água com açúcar para me acalmar. Quase sem querer, me troxeram de volta da hipo. Depois de chorar muito, me levaram para casa onde meu bebê me esperava para mamar. Que susto!

Após este episódio, é claro que eu pensei que deveria ter feito algo, ter parado, pedido ajuda, mas não consegui. É um sentimento de impotência sobre nossas próprias ações. É horrível! Mas nem mesmo depois deste acidente eu passei a controlar a glicemia para pegar no volante. Os dias vão se passando e o medo...passa. Só comecei a fazer isso depois de quebrar gravemente o tornozelo esquerdo. Mas esta história fica pra outro post.

Um comentário:

Mário Monte disse...

A familia é parte fundamental no apoio do diabético, continue o seu acompanhamento fazendo a medição regularmente, conte sempre conosco, Mário, Bruna, André e Mariana, te amamos para sempre !!!