quinta-feira, 18 de junho de 2009

NA HIPO, ATÉ O BOLSO PADECE!

Outro dia me lembrei de um episódio bem engraçado e embaraçoso durante uma das minhas hipos. Foi no ano passado( 2008) enquanto eu ainda estava de licença por causa de uma crise na minha hérnia discal lombar (já contei sobre isso aqui).
Eu já estava quase voltando a trabalhar e fui procurar uma médica homeopata para que me ajudasse a emagrecer. Queria perder uns quilinhos e voltar para a minha vida em grande estilo.

A consulta estava marcada para 11:00. Qualquer atraso seria crítico pois a insulina ia começar a agir e...nada de comida. Fiquei esperando...esperando... e quando entrei no consultório já era meio dia.

Comecei contando o que me levou até lá, sobre a crise de hérnia, a diabetes, etc. A médica parecia bastante interessada e fazia aquelas perguntas típicas de médico homeopata:

"- Você dorme bem? É ansiosa? Tem problemas de evacuação? etc,etc,etc."

Eu queria mesmo uma fórmula inofensiva que me fizesse perder peso mas acabei contando quase minha vida toda. Em certos momentos ela abria o armário e me mostrava potes de suplementos dizendo que seriam ótimos "no meu caso". Eu sorria, concordava e já estava completamente desnorteada com a hipo, porém sem ter a consciência disso.

Ela continuou a consulta e começou as prescrições: "Você vai fazer esta fórmula que eu mesmo posso encomendar com desconto no laboratório, ok?" E eu acenava com a cabeça que sim. Ela mesma ligou e encomendou cápsulas sei lá pra quê. Depois disse que eu ficaria bem da hérnia com outros dois tipos de suplementos que ela também me venderia com desconto se eu me cadastrasse e assinasse um papel. Assinei. Depois somou tudo e acabei deixando cheques para sei lá pra quê. Depois descobri que era para uma destas empresas de rede. Naquela altura eu só queria sair dali e já começava a perceber meu estado. Disse para ela que estava com hipoglicemia e ela me deu uma bala. Acabou a consulta e ela ainda disse que os remédios estavam em seu apartamento próximo dali e que se eu a esperasse poderia levá-los logo.

Embora tudo, hoje, me pareça louco e suspeito, na hora eu fiquei lá naturalmente esperando a próxima consulta acabar para que eu a acompanhasse e pegasse os potes de suplementos. Aproveitei a espera e desci para fazer um lanche. Fui recobrando aos poucos a consciência mas, ainda lerda, fiquei esperando por ela e obedecendo aos seus comandos.

Acabou a consulta e fui acompanhando ela até entrar na garagem do prédio dela. Ela subiu e na volta me ofereceu um suco de maracujá em uma garrafinha de plástico para melhorar minha hipoglicemia. Eu bebi (nem sabia se podia confiar nela), peguei os potes e fui embora.

Quando cheguei em casa é que caí em mim. Fiquei morta de vergonha por ter feito tudo aquilo sem a menor consciência. Meu marido ficaria uma fera. Quando ele chegou, expliquei tudo o que aconteceu e ele ligou para a médica e explicou eu não desejava comprar remédio nenhum, queria emagrecer e não tratar do resto dos meus problemas e que devolveríamos os remédios.

Até hoje não consegui devolver os remédios. Ela também não depositou os cheques. Sua postura definitivamente não foi ética. Nunca vi médica vender os próprios remédios que prescreve. A grande lição desde episódio é que com hipoglicemia não só o corpo padece, mas o bolso também. Por isso...atenção sempre. Hoje acho que não caio mais nessa...

Um comentário:

Andanhos disse...

Meu Deus... que perigo!
É por isso que ando sempre com sachês de açúcar na bolsa.
Depois que parei de usar a nph, minhas crises hipoglicêmicas diminuiram mais de 90%, mas sei que antes passar por uma situação semelhante seria possível.
Em uma hipoglicemia, a pessoa fica completamente vulnerável e qualquer coisa pode acontecer. É preciso ter muito cuidado!
Beijos.