terça-feira, 16 de junho de 2015

QUE SEJA INFINITO ENQUANTO DURE...

Olá amigos,

Recentemente refleti sobre uma postagem em um grupo de diabéticos no Facebook sobre o risco de submetermos nossas vidas à uma máquina, no caso, à bomba de insulina. Um caso foi relatado em que a bomba parou e a usuária entrou em cetoacidose após algumas horas sem a administração da insulina.

Desde que coloquei a bomba, nunca tinha pensado neste ponto de vista. Penso nas vantagens, no avanço, na melhora clínica incontestável e não pensei em como estou a mercê do funcionamento de um equipamento.

Até agora, preciso trocar a pilha regularmente. Neste momento já pensei no que eu faria sem a bomba? Voltaria para a Lantus, as seringas e o esquema anterior. Mas seria difícil ficar sem ela agora. Ela já faz parte de mim.

Como tudo na vida, a bomba também é falha. Nós mesmos somos falhos. Quantos de nós sabemos que não podemos abusar da comida e abusamos. Sabemos dos horários certos para nos alimentarmos e tentamos esticar o tempo correndo riscos desnecessários. O produtor da insulina pode errar na fórmula, a seringa pode quebrar ou entupir quando formos aplicar...enfim...tudo pode dar errado um dia. O voo de avião que sempre foi algo de risco mínimo, diante de tantos acidentes, já duvidamos da segurança ao pensar em voar de avião, mas não deixamos de voar.

Estamos todos a mercê do imponderável, do imprevisível, do imperfeito. O nascimento de uma criança é um cenário de múltiplos desfechos: o bebê pode nascer bem e a mãe morrer, o bebê, pode falecer e a mãe sobreviver, a saúde destes dois seres estão em momento de vida e de morte. Tudo pode dar errado, descobrirmos os defeitos que nenhum exame apontou e a alegria se transformar em lástima. Diante deste cenário de tantas incertezas tão dramáticas, poucos são os que inviabilizam esta opção pela vida, pela multiplicação da vida, pela esperança de uma vida nova. Eu mesma temi com todas as forças o momento do nascimento dos meus dois filhos e, graças a Deus, sobrevivi para estar aqui e agora.

A vida nova com a bomba, para mim, é uma opção por uma vida nova cheia de possibilidades, inclusive riscos novos que eu nem tinha pensado. A vida sem riscos é impensável! Mas seguir adiante e ver a vida se frutificar é o que importa.

A bomba e eu...que seja infinito o laço enquanto dure...e que seja para sempre!

Esta é a minha opinião. E a sua?


Sheila

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